Este é o resumo de um artigo que será apresentado no mês de outro no Congresso Europeu de Medicina Nuclear – EANM 2021 pela Dra. Amanda Assis da Silva Lima CRM:21116/DF, médica radiologista do IMEB.
INTRODUÇÃO
O parkinsonismo é descrito como uma apresentação clínica após algumas infecções (ex. varicela, Epstein-Barr, influenza) e no cenário mundial atual enfrentamos uma nova patologia infecciosa que a cada dia nos ensina algo novo, como as sequelas neurológicas pós infecciosas. Existem diversos relatos na literatura de sintomas neurológicos pós infecção SARS-COV2, sugerindo o potencial de neurotropismo do vírus. No presente trabalho apresentamos uma descrição dos achados de exames de neuroimagem molecular em dois casos de pacientes com manifestações clínicas de parkinsonismo após infecção SARS-COV2.
MATERIAIS E MÉTODOS
Descrição da apresentação dos achados nos exames de neuroimagem molecular de SPECT TRODAT e Cintilografia cardíaca com MIBG em dois casos distintos de pacientes com quadro clínico de síndrome parkinsoniana após infecção SARS-COV2.
RESULTADOS
Foram avaliados dois casos de pacientes do sexo feminino, jovens, diagnosticadas com infecção SARS-COV2 e que começaram a apresentar um quadro de parkinsonismo após recuperação do quadro clínico inicial de sintomas respiratórios. Em ambos os casos encontramos um padrão de captação assimétrica do traçador TRODAT nos núcleos estriados, com uma redução da captação na projeção do terço médio do núcleo estriado contralateral à sintomatologia motora, adicionalmente a esse achado realizamos uma cintilografia cardíaca com MIBG que mostrou sinais de preservação da densidade e tônus funcional nas terminações nervosas simpáticas pós-ganglionares cardíacas – afastando a hipótese de Doença de Parkinson.
CONCLUSÕES
Encontramos um padrão de imagem peculiar no SPECT TRODAT dessas pacientes, com um acometimento no terço médio do núcleo estriado, diferente de outros achados na literatura, o que nos faz pensar que tal achado possa ser uma forma de apresentação inicial do quadro, porém precisamos de um volume maior de dados para uma avaliação mais acurada.
Necessitamos de mais tempo e estudos para um melhor entendimento das sequelas neurológicas após uma infecção SARS-COV2, e nesse contexto ainda incerto é muito importante termos a disponibilidade de exames de imagem não invasivos que possam ajudar a entende
r melhor o comportamento e evolução dessa nova patologia que já faz parte da rotina diária.
REFERENCES
COHEN, M.E., et. al. A case of probable Parkinson’s disease after SARS-CoV-2 infection. The Lancet, 2020;
MENDEZ-GUERRERO, A., et. al. Acute hypokinetic-rigid syndrome
following SARS-CoV-2 infection. American Academy of Neurology, 2020;
FABER, I., et. al. Covid-19 and Parkinsonism: A non-post-encephalitic case. Mov Disord, 2020;
BEAUCHAMP, L.C., et. al. Parkinsonism as a Third Wave of the COVID-19 Pandemic? Journal of Parkinson’s Disease, 2020.