A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) são duas das principais modalidades de imagem disponíveis atualmente e exercem um papel essencial no diagnóstico e acompanhamento de diversas doenças neurológicas, cardiovasculares, oncológicas e ortopédicas, entre muitas outras.
Apesar de complementares, as duas modalidades possuem características distintas e necessitam de treinamento específico para maior aprofundamento técnico.
Neste artigo, você vai descobrir qual é a diferença entre a especialização em tomografia e ressonância, além de saber o que é preciso para se tornar especialista nestas áreas.
Acompanhe!
Definição e principais diferenças
O que é tomografia computadorizada?
A tomografia computadorizada é uma técnica de imagem que combina raios-X e tecnologia computacional para gerar imagens tridimensionais (3D) e transversais altamente detalhadas do corpo, como se a região avaliada fosse cortada em diversas fatias para mostrar todos os órgãos.
Com isso, é possível visualizar estruturas complexas do corpo e diagnosticar problemas em órgãos internos de forma precisa.
Durante o exame, o paciente deita-se em um equipamento que tem formato de tubo aberto chamado Tomógrafo.
O aparelho gira em torno da pessoa para produzir as imagens, enquanto feixes de raios X atravessam o corpo em diferentes ângulos e são detectados por sensores localizados no lado oposto.
O que é ressonância magnética?
A ressonância magnética é um exame de imagem que utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para produzir imagens de órgãos e tecidos moles, como o cérebro, músculos, medula espinhal e articulações.
O aparelho utilizado no exame, que se assemelha a um tubo longo, estreito e com as extremidades abertas, funciona por meio de um ímã gigante que produz as ondas responsáveis por criar um campo magnético que reage com as células do nosso corpo.
A reação a essas ondas será posteriormente interpretada pelo software de computador que gerará imagens extremamente detalhadas e de altíssima qualidade das estruturas internas do corpo.
Qual a diferença entre Tomografia e Ressonância?
Conhecer as diferenças entre a tomografia e a ressonância é fundamental para entender as especializações em cada área.
A principal delas é o uso da radiação para gerar imagens.
A tomografia computadorizada utiliza doses baixas de radiação ionizante, enquanto a ressonância magnética não.
Por isso, a ressonância é a escolha mais segura para exames repetidos e pacientes que precisam evitar a exposição à radiação, como grávidas e crianças.
Além disso, a ressonância oferece mais contraste e precisão em imagens de estruturas moles (cérebro, olhos, coração e músculos, por exemplo), que possuem uma porcentagem maior de água.
Já a tomografia é mais eficaz para visualizar estruturas ósseas, vasos sanguíneos e órgãos internos em situações de trauma.
Outra diferença entre os exames é o tempo de duração de cada um. A tomografia costuma ser um exame mais rápido, realizado em, no máximo, 10 minutos. Enquanto a ressonância pode levar de 15 a 30 minutos para ser realizada e, em alguns casos, pode chegar a 2 horas.
Aplicações clínicas de cada modalidade
Ainda que sejam exames complementares, já que é comum o médico solicitar primeiro a tomografia e, caso os resultados não sejam suficientes para concluir o diagnóstico, pedir a ressonância para complementar o diagnóstico, cada procedimento possui aplicações clínicas específicas, como veremos a seguir:
Principais indicações clínicas da tomografia computadorizada
A tomografia computadorizada costuma ser utilizada em diferentes especialidades médicas devido à sua capacidade de fornecer imagens rápidas e detalhadas. As principais indicações clínicas para o exame são:
Traumatologia
Por ser capaz de gerar imagens detalhadas de estruturas ósseas, a tomografia é extremamente útil para detectar traumas e fraturas em locais como o crânio e membros superiores e inferiores.
Pneumologia
Ferramenta importante na avaliação de doenças pulmonares, como pneumonia, embolia pulmonar e enfisema, a tomografia fornece imagens detalhadas dos pulmões e vias aéreas, sendo essencial para o diagnóstico e planejamento de tratamento.
Oncologia
Na oncologia, a tomografia é utilizada para detectar e monitorar tumores, avaliar a extensão do câncer e guiar biópsias em diversos órgãos, como pulmões, rins, olhos e pâncreas.
Sua capacidade de fornecer imagens nítidas ajuda na precisão do diagnóstico e na escolha do tratamento mais adequado.
Cardiologia
A tomografia do coração é útil para avaliar anomalias anatômicas que comprometem o funcionamento cardíaco, além de analisar o grau de comprometimento das artérias coronárias e detectar placas de aterosclerose.
Além disso, a tomografia computadorizada também é importante no diagnóstico de lesões no fígado, cirrose, aneurismas e outras doenças vasculares.
Principais indicações clínicas da ressonância magnética
A ressonância magnética é recomendada em casos onde é necessário um alto contraste de tecidos moles e uma avaliação detalhada sem exposição à radiação. As principais indicações clínicas do procedimento são:
Neurologia
Com alta capacidade de fornecer imagens precisas e nítidas do cérebro e medula espinhal, a ressonância é a modalidade mais utilizada para diagnosticar e monitorar doenças neurológicas, como AVC, derrames cerebrais, escleroses, atrofias, Mal de Alzheimer e outras doenças degenerativas.
Ortopedia
A ressonância também é muito útil para o diagnóstico de lesões musculoesqueléticas e avaliação de lesões na coluna, no joelho, em ligamentos, tendinites, hérnias de disco, artrite e outras condições degenerativas das articulações.
Cardiologia
Na cardiologia, o exame fornece informações detalhadas do coração e dos vasos sanguíneos, o que também a torna uma ferramenta essencial para o diagnóstico de doenças cardiovasculares crônicas, doenças das válvulas cardíacas e isquêmicas do coração.
Oncologia
A ressonância magnética também é uma ferramenta essencial no diagnóstico e estadiamento de todos os tipos de câncer, seja na avaliação da extensão do tumor, detecção de metástases e orientação do melhor planejamento terapêutico
Formação e capacitação específica
O profissional que deseja se especializar na área de tomografia computadorizada ou ressonância magnética precisa, em primeiro lugar, obter a formação em Tecnólogo em Radiologia, um curso de nível superior com duração média de 6 semestres (3 anos).
Na graduação, o aluno aprende sobre estruturas e funções do corpo humano, fundamentos da física aplicada à radiologia, princípios e práticas de diferentes modalidades de imagem, normas de segurança para a proteção contra a exposição à radiação e normas éticas que regem a prática da radiologia.
Para quem deseja aprofundar os conhecimentos e habilidades em tomografia computadorizada ou ressonância magnética, a melhor opção é realizar uma especialização direcionada a um desses ramos.
Com duração média de um ano, os conteúdos abordados nessas especializações incluem:
- Princípios da física dos raios X.
- Identificação de patologias conforme as imagens e anatomia seccional.
- Preparação de meios de contraste.
- Técnicas de aquisição e processamento de imagens em Tomografia computadorizada.
- Princípios de funcionamento dos equipamentos de Tomografia Computadorizada.
- Princípios de segurança na manipulação de radiação ionizante.
- Princípios físicos empregados na formação das imagens de Ressonância Magnética.
- Princípios de funcionamento dos equipamentos de Ressonância Magnética.
- Aspectos de segurança em Ressonância Magnética.
- Fatores que afetam a Qualidade em Ressonância Magnética.
Vantagens e desafios de cada especialização
A especialização em tomografia ou ressonância oferece inúmeras vantagens e desafios para o radiologista que busca crescimento na carreira.
Uma das principais é a alta demanda por profissionais especializados.
Isso porque, a rapidez e a precisão na obtenção de imagens, aliada à variedade de aplicações clínicas, fazem com que esses exames de imagem sejam indispensáveis em hospitais, clínicas de imagem, centros de diagnóstico e laboratórios.
Além disso, tanto a tomografia quanto a ressonância são modalidades em constante evolução tecnológica, com novas técnicas e aplicações sendo desenvolvidas de forma contínua. Alguns exemplos são a Tomografia Espectral e a Tomografia de Dupla Energia, ou a Ressonância Funcional, Espectroscopia e a Ressonância por Difusão.
Dessa forma, os profissionais que estão dispostos a se atualizar continuamente e acompanhar as novas práticas clínicas possuem maior chance de se destacar no mercado e garantir as melhores oportunidades de emprego.
Se você tem interesse em descobrir as vantagens de se especializar em Tomografia Computadorizada, confira o artigo abaixo! VANTAGENS DE SE ESPECIALIZAR EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA